quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A CIDADANIA FAZ BEM?

Escrever sobre cidadania é, na minha opinião, expressar, por meio da junção de ideias, a compreensão de que é possível a idealização de uma sociedade mais justa e menos excludente, mais próspera e mais valorizada. Isso não significa a mera concepção de um sonho qualquer. Isso significa que há uma clara percepção de que é preciso trabalhar conceitos que não fiquem apenas no campo da teoria, mas que sirvam para concretizar projetos que provoquem um impacto positivo na sociedade.
Esta pequena introdução serve para posicionar o leitor sobre a importância de se transitar no terreno da cidadania. Este recado é bom para todos os cidadãos do mundo, principalmente para os brasileiros. O Brasil, sem dúvida, tem todas as condições de se tornar uma das maiores nações do planeta. No entanto, é preciso que muitas mudanças sejam implementadas, principalmente no campo político. Reconheço que não é um ato simples debater sobre cidadania em um país onde a corrupção impera, pelo menos em grande parte das instituições públicas, de forma soberana. Dessa forma, pergunto: a culpa é do eleitor, que não soube escolher o seu representante? A culpa é do poder, que quase sempre transforma os bons mocinhos e as boas mocinhas em bandidos?
A grande verdade, infelizmente, é que este cenário de caos político pelo qual o Brasil vem passando enfraquece qualquer ideal democrático. Isso nos remete para a tradicional pergunta: até quando, meu Deus? É lógico que a tarefa de mudar não é de Deus. Se o homem criou os seus problemas, ele que os resolvam. Esta afirmação serve para cada um nós. Não adianta apenas colocar a culpa nas autoridades públicas e está feita a nossa parte. É necessário uma participação mais acentuada em prol do processo de desenvolvimento da cidadania. Isso passa, sem dúvida, por uma mudança de atitude e consciência de cada indivíduo que compõe uma determinada sociedade.
 Este apelo, se é que posso denominar assim, é para aqueles cidadãos que podem contribuir de alguma forma. Não é apenas o exercício do voto, consciente ou não, que garante a democracia ou a cidadania. A não agressão ao meio ambiente, o respeito em relação ao espaço urbano, o respeito às diferenças raciais, às crenças religiosas, à opção sexual, às leis de trânsito etc.. Tudo isso, se conduzido com atenção e respeito, é o verdadeiro exercício de cidadania. É evidente que a cobrança de ações mais efetivas das nossas autoridades não pode faltar em hipótese alguma, pois, afinal de contas, elas devem, ou pelo menos deveriam, defender os interesses da coletividade. Entretanto, é necessário que cada cidadão faça exercer os seus direitos também de forma participativa. A educação não é apenas escolar, pedagógica. Educar é uma arte que também ensina a valorização de cada ser com o qual nos relacionamos, do ambiente em que vivemos.
Esta reflexão feita até aqui tem o objetivo principal de instigar o leitor sobre o tema da cidadania. Devo dizer que não estou empregando a verdade absoluta sobre a questão. A minha palavra nunca terá a pretensão de ser a final. No entanto, é preciso que a manifestação de ideias seja colocada como forma de contribuição para o amadurecimento de temas que não podem faltar em nossa formação, tanto pessoal quanto profissional. Nessa linha, eu tenho a absoluta certeza de que assuntos relacionados com a prática da cidadania, seja ela de qualquer procedência, tendem a ganhar espaço cada vez mais amplos na sociedade em geral. Para que isso se sustente, torno a insistir, não pode faltar um comprometimento mais forte de todos. Somente assim posso dizer que a cidadania faz bem.
Paulo Rogério dos Santos Lima

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