terça-feira, 2 de junho de 2020


Rui Barbosa

“Conta a história que o grande jurista Rui Barbosa, num certo dia, ouviu barulho estranho no quintal de sua casa e foi verificar o que era. Deparou-se com um homem muito mal vestido que estava roubando aves. Rui Barbosa reverberou:
- Oh, bucéfalo anácroto! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito de minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes  isso por necessidade, transijo, mas se é para zombares de minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima  potência do que o vulgo denomina nada.
O  ladrão perguntou:
- Dotô, eu levo ou deixo os patos?”


Nenhum comentário:

Postar um comentário