REDES SOCIAIS NO
TRABALHO
“Fulano de Tal quer ser seu amigo. Aceitar ou
recusar?” A mensagem no canto da página chama a
atenção. Nenhum problema em aumentar o círculo de contatos — até ver que quem
faz o convite é o chefe.
Vêm, em seguida, alguns momentos de hesitação… Afinal,
você acaba de postar aquelas fotos de biquíni no álbum “baixaria” ou comentar a
ressaca de segunda-feira no mural. Bastaria rejeitar o pedido de amizade
on-line para evitar constrangimentos? Ou a recusa significaria uma indelicadeza
social? Saiba que é possível ceder ao convite sem ficar em uma enrascada.
A preocupação existe porque a possibilidade de
esbarrar com um colega de trabalho na rede é grande. Em agosto, por exemplo, o
Facebook deve chegar a 1 bilhão de usuários, segundo a companhia de métricasiCrossing.
Fora o fato de que as próprias empresas estão
on-line. Elas aumentaram em 300% o uso das mídias sociais no segundo semestre
de 2011, em relação ao período anterior. O Twitter, em particular, cresceu 700%
no ambiente corporativo, na comparação anual feita por uma pesquisa da empresa
de segurança Palo Alto Networks.
Como o fenômeno tem expansão rápida, as regras de
como se comportar na rede são construídas aos poucos, segundo a especialista em
etiqueta empresarial Romaly de Carvalho. “É um caso delicado, porque
no ambiente de trabalho temos uma personalidade voltada para o profissionalismo
e seriedade — e somos diferentes na esfera pessoal. É complicado misturar”, explica. A consultora acredita que o bom
senso é o segredo. E sugere: “Tenha
dois perfis. Um para colocar as fotos particulares, bebendo aquela cerveja, e
outro com contatos do trabalho”.
Se, ainda assim, o chefão insistir no convite do
grupo íntimo, Romaly garante que o mais adequado é tentar direcioná-lo — gentilmente
— ao perfil profissional. “Faça
da rede uma vitrine com comentários e compartilhamentos interessantes para a
equipe. É marketing pessoal”, comenta.
A solução acomoda as necessidades de todos os círculos de contato ao
alimentá-los de forma diferente.Fonte: Romaly de Carvalho, consultora de
etiqueta empresarial
Quem arriscar pode passar pela situação de uma
postagem mal-entendida ser motivo de demissão e até responder civil e
penalmente, conforme o artigo nº 482 da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
Segundo o especialista em direito digital Alexandre Atheniense, as empresas cada vez mais monitoram seus
funcionários e eles devem ficar atentos, porque certas informações podem ser
ruins ao internauta. “Um
desabafo no post pode ter repercussão jurídica, a depender do teor da
informação”, comenta.
Ambiente corporativo
O advogado acredita que a estreita relação entre as
redes sociais e o ambiente corporativo apresenta a necessidade de criar
políticas de informação nas companhias. Seria um conjunto de normas para
estabelecer os limites do uso dos dispositivos eletrônicos e da web para os
funcionários. “Independentemente dessas regras, em qualquer lugar, as pessoas
precisam se preocupar com a própria reputação”, reforça.
Estudo feito pela agência de consultoria de imagem Millenial Branding e pelo siteIdentified constatou que a maioria dos 4 milhões de
perfis do Facebook limita os detalhes da vida profissional. Identificou, por
exemplo, que 64% não incluem o nome do emprego no perfil — e que um usuário assíduo
da rede está ligado a cerca de 700 amigos. Destes, em média, apenas 16 são
colegas.
Para acalorar ainda mais a discussão, aImpacta Tecnologia encomendou uma pesquisa sobre a relação das
empresas com as redes sociais. Foram entrevistados 252 profissionais de TI de
todas as regiões do país. Constatou-se que manter contatos pessoais e
profissionais é o benefício mais citado por, respectivamente, 79% e 74,2% dos
entrevistados. E, ainda, que a área de recursos humanos está de olho no mundo
digital. O setor aparece com 8,7% de participação (o marketing lidera com 44%).
Portanto, as empresas estão atentas aos cliques… Seja para contratar ou
demitir.
DICAS PARA USAR AS REDES SOCIAIS A SEU FAVOR:
1 – Tenha dois perfis: um profissional, outro
pessoal.
2 – Use ferramentas da rede para escolher quais
pessoas poderão ter acesso às suas publicações.
3 – Insista. Não é falta de educação informar que a
rede pessoal é restrita aos familiares e amigos.
4 – Fique atento. Não é boa opção ignorar o convite
do chefe.
5 – Aceite o seu colega ou o chefe na sua rede
particular apenas se houver uma relação de amizade estabelecida.
6 – Lembre-se de que a imagem profissional pode
ficar comprometida por fotos particulares e polêmicas.
7 – Aproveite o perfil profissional para fazer marketing
das suas potencialidades.
8 – Tenha uma boa postura nos sites.
9 – Evite publicar algo negativo sobre sua atual ou
ex-empresa. A maioria tem programas de monitoramento.
Fonte:
Romaly de
Carvalho, consultora de etiqueta empresarial
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