O que as crianças centenárias
comem
A orientação alimentar dada aos pais de crianças a partir dos seis meses de idade vem sofrendo profundas mudanças nos últimos anos. Isto se deve ao fato de sabermos, com bases científicas, que uma dieta saudável é fundamental para que se atinja os cem anos de idade com (muita) qualidade de vida. Mais do que fazer um cardápio infantil “gostoso”, é necessário que os pais criem bons hábitos alimentares, o que certamente irá nortear as preferências dos seus filhos. O exemplo em casa é o fator que mais influência o aprendizado nos primeiros anos de vida. Daí vem a lição de casa: não basta mudar apenas a dieta das crianças, é preciso mudar a rotina de todos, desde a compra de ingredientes do dia a dia.
Uma criança que
cresce comendo muitas guloseimas, certamente terá dificuldade em perder este
hábito. O mesmo vale para uma criança acostumada desde cedo ingerir alimentos
com muito sal. Alimentos ricos em açúcar e sal devem ser consumidos com
moderação, uma vez que quantidades exageradas estão associadas a doenças
crônicas desenvolvidas na vida adulta, como a obesidade, o diabetes melito e a
hipertensão arterial.
Muitos pais
acham que seus filhos não irão gostar de alimentos com pouco sal ou pouco
açúcar, o que não é verdade. Tudo é uma questão de hábitos, exemplo e
incentivo. E é importante saber que as crianças estão mais abertas para o
aprendizado até os três anos de idade do que dos quatro aos cem anos.
Alguns pais não
querem ser considerados “chatos”, e acabam cedendo em situações do dia a dia,
com lanches menos saudáveis, bolachas recheadas, salgadinhos e refrigerantes.
Algumas exceções, como, por exemplo, comer brigadeiros em festinhas infantis,
são permitidas esporadicamente.
Esta mudança de
paradigma, apesar de aparentemente simples, não é fácil. Mudanças de hábitos
costumam levar anos e esbarram em barreiras culturais, bem como no estresse da
vida um tanto corrida dos pais, que se desdobram como podem e acumulam funções
domésticas e profissionais em um dia que tem apenas 24 horas. Um primeiro passo
é a discussão deste assunto tão importante com o pediatra da família, logo nas
primeiras consultas de puericultura. Além disto, os pais devem seguir a
orientação da nutricionista escolar para um lanche mais saudável, pois o que mais importa não é saber o quanto os seus
filhos comem, mas sim o que eles estão comendo.
É importante
ressaltar o papel das refeições como momentos de convívio da família. Este
hábito positivo, que já foi tão comum, tem se tornado cada vez mais raro. As
crianças, além de aprenderem vendo os seus pais sentados à mesa, sentem-se mais
acolhidas e amadas. Afinal, como dizia a educadora americana Dorothy Law Note, as crianças aprendem o que vivem.
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