segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cursos de enfermagem de má qualidade
ameaçam vida de pacientes.
De 2009 para 2010, o número de denúncias contra profissionais de enfermagem praticamente dobrou.

A equipe do Fantástico foi até o interior do Ceará, na zona rural do município de Missão Velha, que fica a 600 quilômetros de Fortaleza, para conversar com a família de dona Maria Laurentino. Ela tinha 78 anos e passou mal em julho de 2011. Estava com cansaço e dificuldade para respirar. Foi levada para o hospital da cidade e acabou sendo vítima de um erro de uma auxiliar de enfermagem. 

“Entrei com ela no hospital, vi a enfermeira aplicando soro no braço dela”, conta José de Souza, filho de dona Maria.

“Começou a aparecer umas espumas na lateral da boca”, continua Rosa Laurentino, nora de dona Maria.

De madrugada, dona Maria foi transferida às pressas para outro hospital, no município vizinho de Barbalha. “O médico que atendeu ela foi quem falou que ela tinha vindo de lá com uma medicação imprópria”, acrescenta Silvana de Souza, neta de dona Maria.

Às 7h, dona Maria Laurentino morreu. “Ela cansava de ir na roça, colher feijão. Catava feijão. Minha mãe morreu”, lamenta, emocionado, o filho.

No laudo do IML, a causa da morte: embolia pulmonar por infusão de glicerina. No lugar do soro, a auxiliar de enfermagem do hospital de Missão Velha injetou em dona Maria uma substância oleosa usada para lavagem intestinal. No sangue, a glicerina causa um entupimento de vasos e artérias e rapidamente atinge o pulmão e o coração. O caso foi parar na polícia.

O frasco de soro é bem diferente do frasco de glicerina. Ela pegou o liquido e reparou que não havia o gancho para pendurar no suporte. Ela estranhou isso. Então pegou o frasco e fez um suporte com esparadrapo. “Em nenhum momento ela leu a etiqueta que estava posta no frasco. Tinha lá: glicerina a 12%”, diz o delegado Marcos Antônio dos Santos.

A auxiliar de enfermagem foi afastada do hospital e indiciada por homicídio culposo. Ela não quis conversar com a reportagem. Procuramos o médico que prescreveu o soro para dona Maria. Ele é o diretor clínico do hospital de Missão Velha, um lugar onde medicamentos controlados dividem espaço com grilos.

Fantástico: Por que deram a medicação errada para ela?
Luciano Santana, diretor clínico do hospital de Missão Velha: Essa pergunta eu não posso responder porque não fiz a medicação. Aliás, eu não administro medicação.

Fantástico: O senhor não viu o frasco que ela pegou?
Luciano Santana: Não vi. Ela foi pegar lá dentro. O médico prescreve e entrega para o auxiliar e o enfermeiro que esteja por lá para ver.

De acordo com a lei, auxiliares e técnicos só podem trabalhar com a supervisão de um enfermeiro. Mas não foi isso que aconteceu naquela madrugada.

Fantástico: Por que não tinha uma enfermeira?
Luciano Santana: Não sei te dizer.

Fantástico: O senhor é diretor clinico do hospital.
Luciano Santana: Bem, mas o que aconteceu foi o seguinte: até 22h, tinha um enfermeiro.

Fantástico: De 22h às 5h não tinha.
Luciano Santana: Aí eu não sei. Eu não sei lhe falar onde estava no momento.

Histórias como essa não acontecem apenas em cidadezinhas do sertão. Só em 2010, o Conselho Regional de Enfermagem em São Paulo recebeu 250 denúncias de erros causados por profissionais da área. Vinte deles resultaram em morte ou lesão permanente para os pacientes.


Em Missão Velha, onde dona Maria Laurentino recebeu glicerina no lugar de soro, um curso técnico particular funciona em uma escola pública só aos fins de semana. No local, não tem laboratório.

“Não se pode improvisar laboratório para ensinar enfermagem. Isso não existe”, critica Therezinha.

A matrícula do curso Vera Cristo é feita em uma farmácia. As aulas já começaram há três meses, mas a produtora do Fantástico é aceita sem o menor problema. “Vai estudando em casa. Ela te dá o capitulo que você vai estudar e vai te marcar uma avaliação”, diz a atendente da farmácia.

O Conselho Estadual de Educação do Ceará garante que o curso de Missão Velha não tem autorização para funcionar.

“Se está havendo essas aulas, elas estão irregulares. Ela só pode abrir aulas depois de aprovado pelo conselho”, explica Edgar Linhares Lima, presidente do Conselho Estadual de Educação do Ceará.

Procurada pelo Fantástico, a coordenadora não quis dar entrevista.


Em dezembro de 2010, uma auxiliar de enfermagem injetou vaselina em vez de soro no corpo de Stephanie Teixeira, de 12 anos. A menina, que tinha apenas uma virose, em poucas horas morreu.

 

sábado, 17 de setembro de 2011

Problemas no relacionamento prejudicam os filhos

As crianças sempre prestam atenção ao que acontece ao redor
Por Minha Vida Publicado em 25/9/2009



Muitas pessoas ainda carregam consigo a crença antiga que as crianças não prestam atenção e não percebem o que acontece ao seu redor. Baseados nessa crença é que muitos casais têm conversas sérias, discussões acaloradas e até agressões físicas na frente das crianças.
Porém, já é sabido e comprovado que as crianças são capazes de compreender tudo o que se passa ao seu redor, além de captar o clima do ambiente no qual estão inseridas. Ou seja, elas são capazes de perceber se estão vivendo em um local de paz e harmonia, amor ou discórdia, brigas e desunião.

Existem casais que chegam ao ponto de colocar as crianças no meio das chantagens que fazem com o parceiro (Ex: se você se separar de mim nunca mais verá o seu filho), ou incluí-los na discussão (Ex: Você está vendo o que o seu pai faz comigo; Não acredita na sua mãe que ela é louca). Como conseqüência disso os filhos adoecem, ficam agressivos, hiperativos ou apresentam queda de rendimento escolar. Mas a maioria dos casais dificilmente vê esses problemas como reflexo do relacionamento doentio que vivem e acabam vendo a situação da criança como mais um problema a ser solucionado.

 
Na ânsia de solucionar esse "novo" problema, os pais procuram profissionais para auxiliar a criança, mas não informam ao profissional a situação familiar, por acreditar que isso "não tem nada a ver; criança não entende nada". Quais as conseqüências dessa omissão? Crianças tomando antidepressivos e ansiolíticos fortes e psicólogos procurando distúrbios de atenção inexistentes, entre outros.

Por isso, aqui vai um alerta! Evite brigar na frente das crianças, ou colocá-las no jogo do casal, porque as crianças têm sim consciência do que se passa ao redor delas, ouvem as brigas dos pais e ficam perdidas quando são levadas a ficar contra o pai ou a mãe.  
Brigas na frente de crianças também podem fazer com que os filhos percam o respeito pelos pais, briguem na escola, agridam os colegas e só conversem gritando. Isso ocorre por que as crianças tendem a reproduzir na rua aquilo que vêem em casa. Crianças (principalmente as muito pequenas) são como esponjas: captam tudo o que ocorre perto delas, para posteriormente reproduzir esses comportamentos.

É sabido que as crianças sofrem emocionalmente e psicologicamente quando os pais se divorciam, mas muitas vezes é mais saudável e benéfico para elas viver em harmonia com os pais separados, do que em guerra com eles juntos.
É importante que o casal adepto do pensamento "só não nos separamos porque as crianças vão sofrer" reflita sobre isso e pense se as crianças já não estão sofrendo; se elas já não estão apresentando alterações de comportamento como reflexo da falta de entendimento dos pais.

Caso o casal esteja em vias de se separar, procure um especialista para auxiliar a criança nesse processo, e evite compartilhar a sua raiva do parceiro com a criança para que ela não fique confusa ao praticamente ser obrigada a odiar alguém que ama. Saiba que quem não ama mais aquela pessoa é você, e para os filhos pai e mãe sempre são vistos com amor, admiração e respeito.



Educação dos filhos começa pelo respeito aos pais e professores

Pais que não impõe limites 

podem prejudicar o desenvolvimento da criança

Por  Especialistas Publicado em 17/9/2010

Outro dia estava visitando uma escola que iniciava seu ano letivo. Havia várias crianças bem pequenas em adaptação. Algumas mães choravam, outras pareciam inquietas, outras irritadas. As crianças ora choravam, ora mostravam interesse e curiosidade. Uma situação bastante inquietante. Aos poucos, cada um era levado para sua sala, acompanhado pela professora, "a tia", e os amiguinhos. Porém, a curiosidade, nem sempre, suplantava a insegurança de deixar para trás o aconchego conhecido para desbravar um novo território. No olhar de cada mãe e de cada criança havia um quase "pedido de socorro". As mães pareciam estar fazendo algo imperdoável com seus filhos.

 
O primeiro dia de  escola na vida da criança e da sua família é algo a ser celebrado, assim como o engatinhar, o caminhar e tantas outras conquistas. Entretanto, para algumas mães, é um momento de muita ambivalência, principalmente quando os pequenos são bem pequenos, por volta dos dois anos. As mães entendem que ir à escola é uma necessidade não só delas, mas dos seus filhos, porém alimentam a idéia da necessidade de controle sobre o desenvolvimento e o crescimento, e nem sempre se adequam com rapidez às mudanças inerentes ao desenvolvimento do seu filho, inclusive, encarando como um grande privilégio o acesso dos seus filhos a outra parte do processo educativo, agora fora de casa. 

Voltando à cena anterior, enquanto eu passeava pela escola, observei que duas mães estavam dentro da sala de aula, achei estranho. Enfim, imaginei que para algumas crianças ou, melhor, para algumas mães, a situação havia se complicado mais. Continuei observando. Para minha surpresa, as duas mães, ora "papeavam" entre si, ora uma delas falava ao celular. A professora, muito nova, não sabia o que fazer e as crianças se agitavam. Até que num dado momento, não bastasse o desrespeito de falar ao telefone numa sala de aula, uma das mães começa a interferir nas ações da professora, sugerindo como devia agir com as crianças. Pensei: como é possível qualquer profissional, principalmente em educação, trabalhar de maneira autônoma nessa situação? Como uma mãe se vê com tanta autoridade? Dessa maneira nenhuma criança consegue aderir ao processo educacional escolar. A adaptação se tornará mais difícil e demorada!
Para completar, uma das mães reclama da escola e ameaça não voltar. Claro, estou relatando uma exceção, felizmente! De qualquer maneira, isto nos dá a idéia do que assistimos todos os dias: crianças e jovens com uma imensa dificuldade para crescer, assumir as responsabilidades próprias da sua idade, respeitar as hierarquias e seguir numa trajetória em que pai e mãe podem estar ao lado, não a frente, nem atrás. Além disso, fica mais que provado que educação ocorre por meio de atitudes coerentes, "faça o que digo e faça o que faço", por parte daqueles que são os responsáveis pela criança e pelo jovem. A velha e conhecida fórmula: exemplo. 
Eleanor Roosevelt dizia: "a melhor maneira de dificultar a vida dos filhos, é facilitá-la para eles." Claro, não estou defendendo a criação de dificuldades desnecessárias, mas por que eliminar aquelas que são parte do crescimento? E, pior: como dar o melhor se você não faz o melhor na relação com o ambiente, com o professor, com a escola e com todos que estão inseridos no dia-a-dia do processo de educação?
Os livros de desenvolvimento infantil e as mais variadas teses originadas pelos mais diversos estudiosos do comportamento de crianças comprovam todos os dias, que o amor, a celebração, a verdadeira capacidade de compreender o outro e as atitudes dos pais no dia-a-dia são os principais ingredientes que nutrem o desenvolvimento biopsicossocial saudável, capacitando os seres humanos, em todas as fases da sua vida, a enfrentar seus desafios. Sem dúvida uma das maneiras de aprender é pela imitação. Pais são modelos, sempre!  
Talvez por esta e outras razões, as famílias busquem parceiros e orientadores para o processo educacional dos seus filhos. As estantes das livrarias estão cada vez mais abarrotadas de livros sobre educação infantil. Entretanto há algo que não se pode ensinar por meio da teoria: a atitude de respeito para com o mundo que cerca cada família.
Os exemplos que trouxe são rápidas ilustrações do que chamo de atitude de respeito por aqueles que são fundamentais na educação das crianças: professores. Quando os adultos que cuidam das crianças não conseguem exercitar o respeito no seu dia-a-dia, dificilmente, poderá se esperar delas atitudes de respeito em relação aos adultos.  

Caminhada para o corpo e a mente

Publicado em 16/8/2011 por Fernando Menezes

Você conhece algum exercício mais fácil de praticar do que a caminhada? Ela não exige habilidade, é barata, pode ser feito praticamente a qualquer hora do dia, não tem restrição de idade e ainda pode ser feita dentro de casa se a pessoa tiver uma esteira. "Para uma pessoa que não pratica nenhum tipo de esporte, uma caminhada de 10 minutos por dia já provoca efeitos perceptíveis ao corpo, depois de apenas uma semana, explica o fisiologista do esporte Paulo Correia, da Unifesp.

Além da melhora do condicionamento físico, as vantagens de caminhar para a saúde do corpo e da mente são muitas, e comprovadas pela ciência. 

Melhora a circulação


Um estudo feito pela USP, de Ribeirão Preto, provou que caminhar durante aproximadamente 40 minutos é capaz de reduzir a pressão arterial durante 24 horas após o término do exercício. Isso acontece porque durante a prática do exercício, o fluxo de sangue aumenta, levando os vasos sanguíneos a se expandirem, diminuindo a pressão.

Além disso, a caminhada faz com que a as válvulas do coração trabalhem mais, melhorando a circulação de hemoglobina a e oxigenação do corpo. "Com o maior bombeamento de sangue para o pulmão, o sangue fica mais rico em oxigênio. Somado a isso, a caminhada também faz as artérias, veias e vasos capilares se dilatarem, tornando o transporte de oxigênio mais eficiente às partes periféricas do organismo, como braços e pernas", explica o fisiologista Paulo Correia.  
O pulmão também é bastante beneficiado quando caminhamos. De acordo com Paulo Correia, as trocas gasosas que ocorrem nesse órgão passam a ser mais poderosas quando caminhamos com freqüência. Isso faz com que uma quantidade maior de impurezas saia do pulmão, deixando-o mais livre de catarros e poeiras.

"A prática da caminhada, se aconselhada por um médico, pode ajudar também a dilatar os brônquios e prevenir algumas inflamações nas vias aéreas, como bronquite. Em alguns casos mais simples, ela tem o mesmo efeito de um xarope bronco dilatador", explica. 

Combate a osteoporose


O impacto dos pés com o chão tem efeito benéfico aos ossos. A compressão dos ossos da perna, e a movimentação de todo o esqueleto durante uma caminhada faz com que haja uma maior quantidade estímulos elétricos em nossos ossos, chamados de piezelétrico. Esse estímulo facilita a absorção de cálcio, deixando os ossos mais resistentes e menos propensos a sofrerem com a osteoporose.


"Na fase inicial da perda de massa óssea, a caminhada é uma boa maneira de fortalecer os ossos. Mesmo assim, quando o quadro já é de osteoporose, andar freqüentemente pode diminuir o avanço da doença", diz o fisiologista da Unifesp. 
Afasta a depressão

Durante a caminhada, nosso corpo libera uma quantidade maior de endorfina, hormônio produzido pela hipófise, responsável pela sensação de alegria e relaxamento. Quando uma pessoa começa a praticar exercícios, ela automaticamente produz endorfina.

Depois de um tempo, é preciso praticar ainda mais exercícios para sentir o efeito benéfico do hormônio. "Começar a caminhar é o inicio de um círculo vicioso. Quando mais você caminha, mais endorfina seu organismo produz, o que te dá mais ânimo. Esse relaxamento também faz com que você esteja preparado para passar cada vez mais tempo caminhando", explica Paulo Correia.

Aumenta a sensação de bem-estar

Uma breve caminhada em áreas verdes, como parques e jardins, pode melhorar significativamente a saúde mental, trazendo benefícios para o humor e a autoestima, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Essex, no Reino Unido.

Comparando dados de 1,2 mil pessoas de diferentes idades, gêneros e status de saúde mental, os pesquisadores descobriram que aqueles que se envolviam em caminhadas ao ar livre e também, ciclismo, jardinagem, pesca, canoagem, equitação e agricultura, apresentavam efeitos positivos em relação ao humor e à autoestima, mesmo que essas atividades fossem praticadas por apenas alguns minutos diários.

Deixa o cérebro mais saudável

Caminhar diariamente é um ótimo exercício para deixar o corpo em forma, melhorar a saúde e retardar o envelhecimento. Entretanto, um novo estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mostra que esse efeito antienvelhecimento do exercício pode ser possível também em relação ao cérebro, ao aumentar seus circuitos e reduzir os riscos de problemas de memória e de atenção. "Os estímulos que recebemos quando caminhamos aumento a nossa coordenação e fazem com que nosso cérebro seja capaz de responder a cada vez mais estímulos, sejam eles visuais, táteis, sonoros e olfativos", comenta Paulo Correia.

Outro estudo feito pela Universidade de Pittsburgh, afirma que as pessoas que caminham em média 10 quilômetros por semana apresentam metade dos riscos de ter uma diminuição no volume cerebral. Isso pode ser um fator decisivo na prevenção de vários tipos de demência, inclusive a doença de Alzheimer que mata lentamente as células cerebrais.

A caminhada durante o dia faz com que o nosso corpo tenha um pico na produção de substâncias estimulantes, como a adrenalina. Essa substância deixa o corpo mais disposto durante as horas subseqüentes ao exercício. Somado a isso, a caminhada melhora a qualidade do sono de noite.

"Como o corpo inteiro passa a gastar energia durante uma caminhada, o nosso organismo adormece mais rapidamente no final do dia. Por isso, poucas pessoas que caminham freqüentemente têm insônia e, conseqüentemente, não tem sonolência no dia seguinte", completa o especialista da Unifesp. 
Mantém o peso em equilíbrio e emagrece

Esse talvez seja o benefício mais famoso da caminhada. "É claro que caminhar
emagrece. Se você está acostumado a gastar uma determinada quantidade de energia e começa a caminhar, o seu corpo passa a ter uma maior demanda calórica que causa uma queima de gorduras localizadas", afirma Paulo Correia.

E o papel da caminhada na
perda de peso não para por aí. Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mostrou que, mesmo horas depois do exercício, a pessoa continua a emagrecer devido à aceleração do metabolismo causada pelo aumento na circulação, respiração e atividade muscular.

A conclusão foi de que os músculos dos atletas convertem constantemente mais energia em calor do que os de indivíduos sedentários. Isso ocorre porque quem faz um treinamento intensivo de resistência, como é o caso da caminhada, tem um metabolismo mais acelerado 

Controla a vontade de comer

Um estudo recente feito por pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, sugere que fazer caminhadas pode conter o vício pelo chocolate. Durante o estudo, foram avaliadas 25 pessoas que consumiam uma quantidade de pelo menos 100 gramas por dia de chocolate. Os chocólatras tiveram que renunciar ao consumo do doce e foram divididos em dois grupos, sendo que um deles faria uma caminhada diária.

Os pesquisadores perceberam que não comer o chocolate, juntamente com o estresse provocado pelo dia a dia, aumentava a vontade de consumir o doce. Mas, uma caminhada de 15 minutos em uma esteira proporciona uma redução significativa da vontade pela guloseima.

"Além de ocupar o tempo com outra coisa que não seja a comida, a caminhada libera hormônios, como a endorfina, que relaxam e combatem o estresse, efeito que muitas pessoas buscam compulsivamente na comida", afirma Paulo Correia.
Protege contra derrames e infartos

Quem anda mantém a saúde protegida das doenças cardiovasculares. Por ajudar a controlar a pressão sanguínea, caminhar é um fator de proteção contra derrames e
infarto. "Os vasos ficam mais elásticos e mais propícios a se dilatarem quando há alguma obstrução. Isso impede que as artérias parem de transportar sangue ou entupam", diz Paulo.

A caminhada também regula os níveis de
colesterol no corpo. Ela age tanto na diminuição na produção de gorduras ruins ao organismo, que têm mais facilidade de se acumular nas paredes dos vasos sanguíneos e por isso causar derrames e infartos, como no aumento na produção de HDL, mais conhecido como colesterol bom. 

Diabetes

A insulina, substância que é responsável pela absorção de glicose pelas células do corpo, é produzida em maior quantidade durante a prática da caminhada, já que a atividade do pâncreas e do fígado são estimuladas durante a caminhada devido à maior circulação de sangue em todos os órgãos.

Outro ponto importante é que o treinamento aeróbico intenso produzido pela caminhada é capaz de reverter a resistência à insulina, um fator importante para o desenvolvimento
diabetes. Assim fica comprovado que os exercícios têm ainda mais benefícios contra o mal do que se pensava anteriormente.

"Quanto maior a quantidade de insulina no sangue, maior a capacidade das células absorverem a glicose. Quando esse açúcar está circulando livremente no sangue, pode causar diabetes", explica o fisiologista da Unifesp. 




Sentimento de solidão


É comum ouvirmos das pessoas que elas têm medo da solidão. Mas o curioso é que, segundo um levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, que utilizou dados do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, 6,9 milhões de pessoas vivem sozinhas no país e nos últimos 20 anos o número de brasileiros solitários triplicou.

Por que isso acontece? Os mais céticos afirmam que isso decorre do envelhecimento da população e do aumento na renda média do brasileiro. Ao mesmo tempo, isso também mostra um processo de individualização das pessoas.

 Nos últimos anos, as famílias começaram a se estruturar de diferentes maneiras. Os filhos saem mais cedo de casa para estudar, enquanto os pais, muitas vezes, separam-se e casam novamente, sem, necessariamente, morar junto com seu novo(a) companheiro(a). Além disso, o mercado de trabalho se mostra aquecido em determinadas cidades e parado em outras, exigindo a migração das pessoas. A sociedade mudou e isso fez com que os indivíduos alterassem seu comportamento, buscando independência pessoal.

O fato é que, cada vez mais, o ser humano está aprendendo a viver sozinho e a  solidão deixou de ser um "bicho papão". O comércio, de olho nessa nova fatia de mercado já adaptou bares e restaurantes para que o solitário não seja discriminado ou constrangido, treinando seus funcionários a evitar a pergunta: "o(a) Sr.(a) aguarda uma pessoa".

Do ponto de vista da psicanálise, a solidão é algo natural: "Nascemos sozinhos e morremos sozinhos". A idéia de que somos seres inteiros e não uma parte, também reforça isso e derruba de vez o conceito de "metade da laranja".

Uma pessoa terapeutizada passa a se entender melhor, descobre que ela mesma pode ser uma excelente companhia e se conscientiza de que é possível, sim, ser feliz sozinha sem, com isso, se isolar da sociedade.

Se preparar para a solidão tem sido uma das maiores buscas em meu consultório, pois em algum momento de nossas vidas estaremos sós e isso, ao contrário do que se imagina, também pode ser muito bom.

Confira algumas dicas para trabalhar a solidão:

1. Mantenha sempre a sua individualidade, mesmo vivendo a dois. Nunca se anule;

2. Crie o hábito de se interiorizar, medite;

3. Cultive amizades verdadeiras;

4. Faça terapia, pois o auxílio profissional pode ajudá-lo a desenvolver a autoconfiança e o autoconhecimento, que são essenciais para aprender a lidar e conviver com a solidão, sendo, desta forma, muito feliz.